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Com cautela, mas sem imobilização

Especialistas avaliam se o momento é de interromper projetos ou seguir em frente mesmo em cenário de instabilidade política e econômica.

Revista da Farmácia (edição 193):gestao

Em momentos de instabilidade política e econômica, como o que o País vive atualmente, muitos empresários se perguntam se devem puxar o freio de mão ou seguir em frente com novos projetos. A resposta para o dilema pressupõe a análise de uma série de variáveis, mas uma premissa é certa: decidir com base apenas no “humor atual” da economia não é a melhor alternativa. É preciso avaliar oportunidades e riscos, tanto para projetos internos quanto externos.

O passo inicial para superar a fase de incertezas políticas e econômicas, mesmo num setor resiliente como o farmacêutico, é avaliar custos e investimentos de forma mais cuidadosa. “No caso dos custos, o empresário deve rever todos aqueles que possam ser melhor equalizados, de maneira a manter a rentabilidade da empresa diante de uma possível perda de receita. No caso da receita, examinar não somente como mantê-la, mas como aumentá-la por meio do incremento das vendas”, orienta o diretor da América Latina da CLOSE-UP International, Paulo Paiva.

No entanto, é preciso tomar muito cuidado se a empresa decidir reduzir custos cortando pessoal. “Nesse momento, não é o mais indicado. O empresário deve ter em mente as perdas que virão com essa decisão. Treinamento, capacitação e outros investimentos que ele tenha feito se perderão muito rapidamente no caso de um corte de pessoal. Além disso, mal efetuado, esse corte trará impactos muito negativos devido à perda de performance, e o custo reduzido não será suficiente para repor a queda nas vendas a partir da insatisfação dos clientes”, explica Paiva.

A palavra de ordem é cautela, mas sem imobilização. Segundo o coordenador de pós-graduação em Gestão Estratégica do Varejo e professor de Finanças do Ibmec/RJ, Haroldo Monteiro, muitas vezes, aparecem grandes oportunidades de negócio em épocas de instabilidade, e o Brasil não ficará nesta situação para sempre. “Os empresários, de forma geral, devem aguardar para investir em novos projetos. Porém, devem estar sempre procurando novas oportunidades de lupa na mão. Aqueles que estão capitalizados levam vantagem, pois novos projetos que necessitem de grandes alavancagens, ou seja, capital de terceiros, devem aguardar um cenário menos instável”, orienta Monteiro.

 

 Evite planos agressivos de expansão

De acordo com o diretor da CLOSE-UP International, todo projeto deve ser avaliado em relação a benefícios, custos adicionais, tempo de maturação e retorno e, por fim, riscos. “Se os riscos não puderem ser geridos de forma a manter o projeto dentro das estimativas de gastos e ganhos, ele deverá ser revisto ou mesmo adiado. Se, no entanto, o projeto mantiver atratividade dentro de uma visão de riscos mais conservadora, o ideal é seguir com ele, já que os ganhos estimados e esperados certamente superarão as dúvidas e incertezas”, explica Paiva.

Abrir uma nova loja, por exemplo, significa um grande investimento. “Mas se as pesquisas e análises do empresário para os ganhos esperados com o novo ponto de venda se mantiverem nos momentos de incerteza, nada impedirá essa nova loja de ser aberta, já que tudo o que se espera dela está baseado em uma análise profunda de oportunidades de negócio em curto, médio e longo prazo”, acrescenta Paiva.

Por outro lado, planos agressivos de expansão, na opinião de Monteiro, do Ibmec/RJ, devem ser evitados. “O setor farmacêutico é mais resiliente em tempos de crise, porém o empresário não deve descuidar, pois, mesmo resistindo bem a toda essa instabilidade política e econômica, existem riscos externos, como queda de renda da população, aumento nos custos com insumos devido à alta do dólar e mais gastos com mão de obra. Todos esses fatores podem pesar na rentabilidade final da empresa”, alerta o especialista.

Além disso, mesmo mantendo suas expectativas de crescimento, nem todos os nichos de produtos estão na mesma direção. Assim, é importante cuidar para que um mix que tinha grande apelo há 12 meses não se torne um peso neste momento. “Então, a cautela deve se basear em adequar o negócio, o mais rapidamente possível, ao que o mercado efetivamente demanda, evitando com isso perdas por baixa performance em algum nicho específico”, pontua Paiva, da CLOSE-UP International.

 

Hora de fazer ajustes

Internamente, a empresa deve aproveitar o momento atual para fazer ajustes, arrumar a casa, melhorar a rentabilidade das operações existentes, estancar sangrias, fechar estabelecimentos que não deem lucro, procurar oportunidade de investimentos de ocasião, manter-se líquida e evitar investimentos de maior risco. “Por isso, os projetos mais internos para reduzir custos de operação e melhorar os processos devem ser mantidos, já que, num ambiente de incertezas, os benefícios se mantêm e até aumentam diante de uma queda nas vendas, pois propiciam crescimento de margem e ganhos”, finaliza Paiva.

O mercado financeiro recebeu com otimismo a nova equipe econômica do governo interino de Michel Temer, mas isso não basta. Os setores econômicos esperam por ações e proposições que realmente reduzam a exposição do País a crises geradas por gastos excessivos sem o respectivo retorno esperado. Para isso, será preciso apoio do Congresso. É esperar pra ver. Com cautela, mas, lembre-se, sem imobilização.

Comunicação Ascoferj

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